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Em 1999, um processo de reconfiguração dessa realidade tomou forma na Universidade Estadual de Goiás (UEG). No dia 16 de abril daquele ano, a fundação da UEG uniu 14 faculdades e 1 universidade estaduais. Além das 15 instituições, outros câmpus universitários foram criados.
Ao se instalar em 39 cidades goianas, com 41 câmpus e 1 Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede, a UEG acolheu em seus cursos uma parcela da população que, historicamente, não encontrava formas de exercer sua cidadania em um ambiente acadêmico.
 A construção desse perfil inclusivo deu cara à UEG. A cada ação e a cada nova conquista, a Instituição conseguiu fortalecer, em seus 17 anos, um fluxo coeso de condução de cidadãos de baixa renda, de negros e jovens oriundos de escolas públicas pelo acesso, pela permanência e pela conclusão dos estudos.
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 Com a regulamentação do Sistema Próprio de Cotas em 2004, os processos seletivos da UEG passaram a dedicar 45% das vagas à s populações de baixa renda, negras e negros e candidatos que concluÃram o ensino médio em escolas públicas.
 No ano de 2005, a Universidade Estadual de Goiás promoveu o primeiro vestibular com sistema de cotas sociais, destacando-se como a primeira universidade do Estado a adotar essa ação inclusiva. Hoje, a UEG soma mais de 27 mil estudantes que assumiram vagas por meio das cotas.
Ao receber estudantes com os perfis das cotas sociais, a UEG assumiu a responsabilidade da inclusão. Incluir, no entanto, é mais do que dar espaço, é oportunizar a experiência acadêmica até a sua conclusão. Com esse objetivo, em 2013 foi criada a Coordenadoria Central de Bolsas da Universidade (CCB|UEG).
A Bolsa Permanência, uma das modalidades de incentivos oferecidas pela CCB|UEG, é voltada a estudantes cujas condições de vulnerabilidade socioeconômica possam interferir na continuidade das atividades acadêmicas. São também ofertadas bolsas nas modalidades: Desenvolvimento Institucional; Ações Extensionistas; Iniciação CientÃfica/Tecnológica; Mobilidade Nacional; Monitoria; Pró-Licenciatura; e Stricto Sensu.
Desde sua criação, a Central beneficiou mais de 4,5 mil estudantes.
O ano de 2013 celebra, também, a criação do Núcleo de Acessibilidade Aprender Sem Limites (Naaslu), ligado à Pró-Reitoria de Graduação da UEG (PrG). O Núcleo oferece o acompanhamento direto no processo de inclusão de estudantes com deficiências e sÃndromes, além de orientações aos professores acompanhantes.
Em 2015, foram cadastrados e acompanhados 112 estudantes e contratados 27 profissionais de apoio.
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Com a reformulação da matriz curricular da Universidade, a UEG incorporou um eixo transversal na formação acadêmica. Com essa medida, para além da formação profissional, os cursos ganharam um Núcleo Comum composto por disciplinas que direcionam para a consciência cidadã, independentemente das áreas de atuação.
O foco da disciplina Diversidade, Cidadania e Direitos compreende os processos históricos culturais e as influências exercidas no cenário social. Já a disciplina Linguagem, Tecnologias e Produção Textual tem como objetivo o estudo da linguagem e dos processos comunicativos, da prática da leitura à produção textual.
Nessa nova matriz, também se oferece o Núcleo Livre. Por meio dele, estudantes da UEG exercem suas subjetividades no percurso acadêmico, escolhendo disciplinas de seus interesses em diferentes câmpus e até em outras instituições de ensino superior.
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A grande conquista da comunidade acadêmica da UEG em 2015 foi a implantação da polÃtica de Colação de Grau Unificada e Gratuita. A partir desse ano, os estudantes graduados pela Instituição ficam livres dos custos das cerimônias. Ao longo do ano passado foram realizadas 58 colações em todo o Estado, contemplando 2.868 estudantes da UEG, que receberam seus diplomas nas cerimônias oferecidas pela Universidade.
No mesmo ano, o Conselho Universitário da UEG aprovou o uso do nome social na Instituição. O objetivo da resolução é assegurar a servidores, estudantes e usuários da Universidade a inclusão do nome com o qual se identificam nos registros oficiais e acadêmicos da Universidade.
A partir de 2016, os integrantes da comunidade acadêmica poderão requerer a inclusão do nome social na secretaria de seus câmpus. O regulamento também garante aos estudantes a identificação - sem menção do nome civil - na frequência de classe e em solenidades como colação de grau e defesa de monografia.
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 (Alisson Caetano | CeCom|UEG)