O movimento estudantil, assim como toda organização na sociedade, precisa ser ouvido para ganhar força e representatividade. Para abrir um espaço de aproximação com a gestão da Universidade Estadual de Goiás (UEG), o Diretório Central dos Estudantes organizou uma reunião com representantes discentes de diversos câmpus no auditório da Reitoria, em Anápolis, na última terça-feira, 12 de abril.
A ideia do encontro foi aproximar o movimento da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis (PrE). Para isso, a PrE deu suporte para a reunião e integrou a programação com conversas sobre o movimento estudantil na UEG e os processos nas relações entre os câmpus e a Reitoria, além de apresentar possibilidades para maior comunicação entre a Pró-Reitoria e os acadêmicos.
Conhecer para representar
Para construir a politização discente, o estudante Benigno Xavier Araújo, do curso de Educação Física do Câmpus Quirinópolis, acredita que os acadêmicos precisam de mais informações. Assim que entrou no primeiro período do curso, Benigno percebeu que muitos alunos desconheciam as esferas de representatividade estudantil e para mudar esse cenário começou a se envolver no movimento.
“Lá no Câmpus Quirinópolis nós, estudantes, elaboramos panfletos para apresentar esses espaços de politização e convidar os estudantes para interagir com a gente”, contou Benigno, que compareceu à reunião desta terça-feira. Nesses materiais, os estudantes apresentaram o que é o DCE e o que são os Centros e Diretórios acadêmicos. “Nós vamos ficar na UEG por quatro ou cinco anos. Vamos depender da Universidade e dos professores daqui para a nossa formação. É muito importante conhecer os nossos direitos”, argumentou.
O presidente do DCE da UEG, Daniel Hipólito, do curso de História do Câmpus Pires do Rio, aproveitou a reunião para incentivar a criação de mais espaços de discussão como aquele. “A distância entre os câmpus é um empecilho para que nosso diálogo seja constante e aproximado. Mas o sucesso do nosso I Congresso Estudantil, no ano passado, é a prova de que estamos no caminho certo. O diálogo contrói a nossa força”, ressaltou Daniel.
Os estudantes que compõem as esferas de representação estudantil dos câmpus se empenham para o fortalecimento do diálogo intercâmpus. Hoje, por meio de um grupo no WhatsApp, eles articulam reuniões, dividem interesses e compartilham os andamentos de suas reivindicações.
Pensar o coletivo
Leonardo da Costa Vergara é um dos assessores da equipe da PrE que participou da reunião com os estudantes. Ele explicou que esse momento de aproximação é fruto das demandas apresentadas pelos estudantes durante o projeto Reitoria no Câmpus.
“Os alunos apontaram que queriam uma participação maior nos diálogos com a Reitoria. Portanto, vamos incentivar esse espaço para que os acadêmicos mais amadurecidos nesse processo de politização interajam melhor com quem chegou agora na Universidade”, comentou Leonardo.
Quem recepcionou os estudantes para a programação do encontro foi o pró-reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, professor Marcos Torres. Em sua fala, o pró-reitor dividiu sua experiência com o movimento e afirmou que a gestão da UEG está aberta para que mais reuniões como a do dia 12 de abril sejam realizadas.
“Minha participação no movimento estudantil foi fundamental para a ampliação da minha formação acadêmica e política. Os diálogos que se fazem dentro do movimento aumentam nossa capacidade de ouvir opiniões diferentes e de projetar melhorias que abranjam o coletivo. A PrE não pode intervir no movimento, mas deve dar suporte para que suas reivindicações e propostas cheguem à gestão por meio de um diálogo aproximado”, ressaltou o pró-reitor.
(Alisson Caetano | CeCom|UEG)
